Escrito por: ISP
Internacional de Serviços Públicos acompanha de perto os acontecimentos no Brasil.
Referente ao resultado das eleições presidenciais brasileiras de 2018, resolução do Conselho Executivo da Internacional de Serviços Públicos (ISP) conclama solidariedade internacional aos sindicatos, sindicalistas, trabalhadores e trabalhadoras brasileiros face a violência do Estado brasileiro representada pelo o futuro presidente de ultradireita, Jair Bolsonaro (PSL).
Confira a íntegra da Resolução da ISP
Resolução de Emergência da Internacional de Serviços Públicos (ISP)
Conselho Executivo (EB-153), reunido em Genebra, Suíça, nos dias 14 e 15 de novembro de 2018
Referente às Eleições Brasileiras de 2018
CONSIDERANDO que a população brasileira elegeu recentemente um presidente abertamente misógino racista e homofóbico chamado Jair Bolsonaro;
CONSIDERANDO que a legitimidade da eleição do presidente eleito Jair Bolsonaro está sendo questionada tanto nos tribunais como no público devido ao extenso (ab)uso de dados privados e notícias falsas em sua campanha eleitoral;
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, pediu repetidamente o retorno ao tipo de governo militar que o Brasil enfrentou entre 1964 e 1985;
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que o único erro da ditadura era se limitar à tortura e que eles deveriam ter matado mais pessoas;
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que aqueles que se opõem à sua presidência terão duas opções quando ele assume o poder: prisão ou exílio;
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, indicou que o seu governo implementará políticas neoliberais, incluindo um estado mínimo, reduções de impostos e privatizações, fazendo com que a prestação de serviços públicos de qualidade se torne impossível;
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que as Nações Unidas é uma organização inútil e que, sob sua liderança, o Brasil deixará a ONU e o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas;
CONSIDERANDO que o ataque infundado do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro à legitimidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em particular a metodologia em relação os dados de emprego e desemprego (que está de acordo com padrões internacionais), tem sido publicamente contestado por Rafael Diaz Medina, Diretor do Departamento de Estatística da Organização Internacional do Trabalho (OIT);
CONSIDERANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, apoia a criminalização dos movimentos sociais, incluindo o movimento dos trabalhadores sem-terra, o movimento de trabalhadores sem teto e o movimento sindical;
CONSIDERANDO que o Brasil é um dos países mais mata ativistas ambientais e indígenas;
CONSIDERANDO que a situação no Brasil certamente piorará nos próximos anos;
OBSERVANDO que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, apoia a pena de morte, a tortura e a desregulamentação da posse de armas;
CONDENA a estratégia de lidar com violência e a insegurança com a violência do Estado;
RECONHECE que os sindicatos brasileiros resistirão fortemente às políticas e práticas do governo Bolsonaro, juntamente com milhões de pessoas;
DECLARA a sua solidariedade com o povo brasileiro e, em particular, com os sindicatos que defendem a classe trabalhadora;
ENCORAJA as organizações membros a estenderem todas as formas de apoio e solidariedade internacional aos sindicatos, sindicalistas e trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, face a violência direta e indireta do Estado;
SAÚDA o apoio e as ações já tomadas pelo ISP, a EPSU e o movimento sindical global;
RESOLVE acompanhar de perto os acontecimentos no Brasil; e
ENCORAJA as organizações membros a apoiar as afiliadas brasileiras a denunciar publicamente as políticas e práticas do governo brasileiro em todos os fóruns internacionais possíveis.
O Conselho Executivo da ISP