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Rumo a uma Ditadura: Bolsonaro recria antigo SNI como Centro de Inteligência Nacional

Jair Bolsonaro criou o Centro de Inteligência Nacional, que será equivalente ao SNI - Serviço Nacional de Informações, órgão de espionagem da ditadura militar, responsável por prisões e mortes

Publicado: 04 Agosto, 2020 - 11h24

Escrito por: Confetam

Reprodução da Internet
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Dramatização de cena de tortura comum na Ditadura Militar (1964 - 1985)

Jair Bolsonaro recriou o antigo SNI, o Serviço Nacional de Informações, por decreto publicado na última sexta-feira, com o nome de Centro de Inteligência Nacional. Na prática, o novo órgão recria o SNI - Serviço Nacional de Informações da ditadura militar, responsável pela espionagem partidos políticos, organizações sociais e mesmo de atividades internas do estado nacional. 

O novo órgão deverá planejar e executar atividades de inteligência destinadas "ao enfrentamento de ameaças à segurança e à estabilidade do Estado e da sociedade" e implementar a "produção de inteligência corrente e a coleta estruturada de dados".

O Centro de Inteligência Nacional também irá planejar e executar atividades para assessorar os órgãos competentes relacionadas a políticas de segurança pública e à identificação de ameaças decorrentes de atividades criminosas, além de realizar pesquisas de segurança para credenciamento e análise de integridade corporativa, informa O Globo.

As medidas previstas no decreto entram em vigor no próximo dia 17. 

Há quatro meses, Bolsonaro se queixou da falta de informações de serviços de inteligência e fez críticas à Abin. 

O diretor-geral da Abin terá até 30 dias, depois que o decreto entrar em vigor, para publicar a relação de titulares dos cargos comissionados da nova estrutura.

Para analistas, esta questão comprova que vivemos em tempos de pós-democracia e de Estado rumo ao autoritarismo. O Governo Bolsonaro já é comprovadamente militarizado. Ministros militares e mais funcionários oriundos das Forças Armadas no segundo escalão do governo também marcam essa tendência.

Agora, com um novo Serviço Nacional de Informações, órgão de espionagem da ditadura militar e o vazamento de dossiês que mostram a perseguição de funcionários públicos envolvidos em movimentos antifascistas, Bolsonaro se aproxima de crimes, como a cassação e prisão. Sem mobilização social, esse Governo pode rumar, num estalar de dedos, para a fase em que começa a matar pessoas contrarárias à sua política ditatorial.