Escrito por: Confetam
Jair Bolsonaro criou o Centro de Inteligência Nacional, que será equivalente ao SNI - Serviço Nacional de Informações, órgão de espionagem da ditadura militar, responsável por prisões e mortes
Jair Bolsonaro recriou o antigo SNI, o Serviço Nacional de Informações, por decreto publicado na última sexta-feira, com o nome de Centro de Inteligência Nacional. Na prática, o novo órgão recria o SNI - Serviço Nacional de Informações da ditadura militar, responsável pela espionagem partidos políticos, organizações sociais e mesmo de atividades internas do estado nacional.
O novo órgão deverá planejar e executar atividades de inteligência destinadas "ao enfrentamento de ameaças à segurança e à estabilidade do Estado e da sociedade" e implementar a "produção de inteligência corrente e a coleta estruturada de dados".
O Centro de Inteligência Nacional também irá planejar e executar atividades para assessorar os órgãos competentes relacionadas a políticas de segurança pública e à identificação de ameaças decorrentes de atividades criminosas, além de realizar pesquisas de segurança para credenciamento e análise de integridade corporativa, informa O Globo.
As medidas previstas no decreto entram em vigor no próximo dia 17.
Há quatro meses, Bolsonaro se queixou da falta de informações de serviços de inteligência e fez críticas à Abin.
O diretor-geral da Abin terá até 30 dias, depois que o decreto entrar em vigor, para publicar a relação de titulares dos cargos comissionados da nova estrutura.
Para analistas, esta questão comprova que vivemos em tempos de pós-democracia e de Estado rumo ao autoritarismo. O Governo Bolsonaro já é comprovadamente militarizado. Ministros militares e mais funcionários oriundos das Forças Armadas no segundo escalão do governo também marcam essa tendência.
Agora, com um novo Serviço Nacional de Informações, órgão de espionagem da ditadura militar e o vazamento de dossiês que mostram a perseguição de funcionários públicos envolvidos em movimentos antifascistas, Bolsonaro se aproxima de crimes, como a cassação e prisão. Sem mobilização social, esse Governo pode rumar, num estalar de dedos, para a fase em que começa a matar pessoas contrarárias à sua política ditatorial.