Sarau coloca a educação antirracista em cena no 1º Encontro de Educação da Confetam

Durante o 1º Encontro Nacional de Educação da Confetam/CUT, que acontece neste fim de semana em São Paulo, um momento especial de poesia, reflexão e resistência tomou conta do auditório: o Sarau pela Equidade – Educação Antirracista em Cena, promovido pela Secretaria de Combate ao Racismo da Confetam.

A atividade foi conduzida por Vilani Oliveira, secretária da pasta, que propôs uma reflexão a partir do conceito da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie sobre o "perigo da história única". “Quando contamos apenas uma versão da história, criamos uma visão estereotipada de um povo. A escola tem um papel central na construção dessas narrativas. Que histórias estamos plantando nas escolas?”, questionou Vilani. Ela anunciou ainda a criação do selo Sindicato Antirracista, uma proposta para incentivar os sindicatos a assumirem essa pauta de forma estruturada, incorporando ações permanentes no cotidiano sindical.

O sarau contou com a participação do artista visual e poeta indígena Selva Manaós, fundador do Coletivo Palhaçaria de Rua Ancestral e ativista no CAPS Pirituba Jaraguá. Atuando com arte, educação e conscientização ambiental, Selva trouxe a ancestralidade e o pensamento indígena como ferramentas para um novo letramento racial nas escolas. “Por onde passo, levo esse letramento. Nós, educadores, temos leis que nos amparam para levar esse conhecimento. Bebo da fonte de Ailton Krenak, que nos ensina a pensar o mundo de outra forma”, afirmou.

Outro destaque foi a fala de Charles Monteiro de Jesus, secretário de Assuntos Intersindicais do Sindsep-SP e integrante do movimento de poesia falada SLAM RESISTÊNCIA, que completa 11 anos na Praça Roosevelt, em São Paulo. “Só vamos combater o racismo se fizermos a diferença na escola. É isso que estamos fazendo no Sindsep: envolvendo todas as pessoas para vencer essa luta”, disse.

O sarau reafirmou o compromisso da Confetam com a construção de uma educação pública antirracista, plural e transformadora, reconhecendo a diversidade dos povos que compõem o Brasil e combatendo o racismo estrutural a partir da base.