Escrito por: Ozaneide de Paulo
Sejam juízes, promotores, advogados ou empresários, são esses homens brancos e ricos que naturalizam todas as formas de violência cometidas contra as mulheres, entre elas o estupro.
A Secretaria de Mulheres da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) e as servidoras públicas municipais integrantes Movimento Feminista Brasileiro repudiam, de forma veemente, todas as formas de violência sofridas por Mariana Férrer, estuprada pelo empresário André de Camargo Aranha, absolvido da acusação pelo juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis (SC).
Desde a denúncia, até o julgamento e a sentença, o processo foi comandado por homens brancos e ricos que alimentam o patriarcado e o machismo no país, independentemente dos cargos que ocupam - sejam juízes, promotores, advogados ou empresários. São exatamente esses homens que naturalizam todas as formas de violência cometidas contra as mulheres, entre elas o estupro.
Não aceitaremos nenhum tipo de retrocesso na luta das mulheres contra o crime de assédio sexual! Seguiremos firmes na defesa da caracterização do estupro no Código Penal como crime hediondo e combateremos a tentativa de institucionalização no país do crime de “estupro culposo”, ou seja, o estupro cometido “sem dolo”, “sem a intenção de estuprar”.
Todo o nosso apoio à Mariana Férrer! Todo o nosso repúdio à omissão criminosa do juiz Rudson Marcos e do promotor Thiago Cariço! Toda nossa indignação ao comportamento do advogado do estuprador, Claudio Gastão! A postura desses homens brancos, integrantes do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), torna ainda mais visível a truculência do machismo estrutural incrustrado em nossa cultura e expõe a vulnerabilidade das mulheres submetidas diariamente a toda forma de violência nos ambientes público e privado.