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Servidores municipais de São Paulo rejeitam proposta e mantêm greve

Servidores municipais de São Paulo rejeitam proposta e mantêm greve por reajuste de 16%. Nova Assembleia acontecerá nesta terça-feira, 26, em frente à Câmara Municipal

Publicado: 26 Março, 2024 - 14h35 | Última modificação: 26 Março, 2024 - 15h00

Escrito por: Nathan Gomes | Editado por: Igor Thawen

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Foto: Alexandre Linares

Em greve desde 8 de março, servidores reivindicam aumento de 16% em contrapartida aos 2,16% anunciado e enviado à Câmara Municipal pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). O Projeto de Lei 155/2024, que trata da revisão salarial dos trabalhadores do serviço público municipal, foi aprovado em primeiro turno e seguirá para segunda votação. 

A mobilização segue nesta terça-feira, 22, com Assembleia marcada para as 14h. Os servidores públicos municipais argumentam que o aumento proposto pelo prefeito bolsonarista não repõe a inflação e classificam como desrespeitosa.

Entre as principais reinvindicações, além do aumento de 16%, os servidores querem o fim do confisco de 14% nas aposentadorias, o fim das privatizações; a incorporação dos abonos para a educação; retomada do direito às férias; concursos públicos; fim das terceirizações e melhores condições de trabalho.

 

MOBILIZAÇÃO PERMANECE

Apesar da judicialização por força do desembargador Beretta da Silveira, vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), contra a greve dos funcionários, obrigando parte deles a voltarem aos seus postos de trabalho, a mobilização continua. Na tarde desta terça-feira, 26, às 14h, está agendada uma nova Assembleia, diante da Câmara. Os servidores irão pressionar os vereadores da casa, pois não aceitam a proposta do Executivo.

 

SÃO PAULO TEM A PIOR PROPOSTA DE REAJUSTE ENTRE AS CAPITAIS

Em Audiência Pública realizada na última sexta-feira, 22, os servidores compareceram à Câmara Municipal de São Paulo, levando as reinvindicações para serem debatidas. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), João Gabriel Buonavita, rechaçou a proposta do prefeito, afirmando que “as negociações coletivas estão acontecendo em todas as capitais do país e mesmo aquelas com condições financeiras inferiores estão oferecendo índices muito superiores” ao de São Paulo.

Vereadores de oposição apresentaram argumentos contra a proposta do prefeito Nunes, comparando inclusive com outros municípios com menor arrecadação e situação financeira considerada mais sensível. O vereador Celso Giannazi (Psol) afirmou que ‘o município tem recurso para valorizar e também revogar de vez o confisco das aposentadorias e pensões’. Outro vereador, o líder do PSB, Eliseu Gabriel, foi enfático ao afirmar que não se trata de falta de recursos. “É uma opção ideológica, é uma ideia de desmonte do serviço público”, afirmou.

A presidente da Confetam, Jucélia Vargas, presta apoio à luta dos servidores. “Ao prefeito de São Paulo, dizer que a educação, saúde, assistência e serviço público não se faz com discurso político eleitoreiro, mas com investimentos e valorização. Não repassar aos servidores sequer à inflação é um ataque e um descumprimento à nossa Constituição Federal. Quem não serve para administrar uma cidade não pode sentar na cadeira de prefeito”, disse.

“E aos servidores e servidoras, parabenizar pela coragem que sem luta não há conquista. Toda mobilização vale a pena para a construção da nossa dignidade, e para mostrarmos a sociedade qual o nosso valor, de que sem nossas mãos, sem nosso trabalho, o serviço público e a cidade para”, enfatizou Jucelia.