Escrito por: Sindsep/SP

Prefeitura não atende reivindicações e Greve da Educação pela Vida continua em São Paulo

Na fase emergencial da pandemia na cidade, a Secretaria Municipal de Educação decidiu, equivocadamente, manter gestores, trabalhadores dos Quadros de Apoio e analistas dos CEUs em trabalho presencial

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Com a decisão do prefeito Bruno Covas de antecipar o recesso na fase emergencial da pandemia no Estado de São Paulo, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsep/SP) e o Fórum das Entidades compreendem que não há atendimento à pauta de reivindicações do movimento grevista dos/as trabalhadores/as da educação, iniciado em 10 de fevereiro.

Dessa forma, não há motivos para se discutir a suspensão da greve, especialmente porque gestores, trabalhadores dos Quadros de Apoio e analistas dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), equivocadamente, permanecerão em trabalho presencial, conforme decisão da Secretaria Municipal de Educação (SME).

Para o Sindsep/SP a antecipação do recesso é um reconhecimento da atitude irresponsável de reabertura para atividades presenciais nas unidades educacionais durante a pandemia e uma tentativa de desmobilizar o movimento grevista que luta pela preservação da vida diante das ações políticas da administração que colaboram diretamente para ampliação do surto de Covid-19.

A própria Secretaria Municipal de Educação (SME) expôs um quadro muito mais grave que o denunciado pelos comandos regionais de greves e pelo Sindsep/SP. Na coletiva de imprensa, da última quinta feira, admitiu que na semana de 14 a 20 de fevereiro houve 173 casos de Covid-19. Na semana de 21 a 27 de fevereiro ocorreram 181 casos de Covid-19. Um surto ainda maior ocorreu após 28 de fevereiro com mais 500 casos Covid-19 totalizando 854 casos. No levantamento do movimento grevista os surtos atingiram 344 unidades escolares.

Ainda que professoras/es tenham a greve interrompida por ação da Prefeitura nos dias em que estão dispensados de ponto pela decretação de recesso pela decisão unilateral do governo, a retomada das atividades presenciais em 5 de abril, recolocando em perigo os profissionais e a sociedade diante da incapacidade governamental de criar as condições para um retorno seguro das atividades presenciais nas escolas só reafirmam a necessidade do fortalecimento do movimento grevista. Os professores são chamados a se manterem organizados para a resistência.

Um retorno seguro significa a realização de medidas essenciais:

✔️ Testagem para Covid-19 (teste RT-PCR) para profissionais e estudantes;

☑️ Vacinação da comunidade escolar (famílias e trabalhadoras/es) pelo SUS;

✔️ Recomposição do quadro de servidores das unidades escolares;

☑️ Adequação estrutural das unidades escolares (obras de ventilação, ampliação de banheiros);

✔️ fornecimento de EPIs homologados (máscaras PFF2) pelo Inmetro para profissionais e estudantes;

ORGANIZAR E AMPLIAR A GREVE DA EDUCAÇÃO PELA VIDA

Nesse período, devemos manter a mobilização. Nossos esforços devem ser em ampliar a greve, buscando o fortalecimento dos comandos regionais de greve como espaços para ação e manifestação das/os trabalhadoras/es para colocarmos pressão sob a Prefeitura.

Não vamos abandonar nenhuma trabalhadora: gestores, quadros de apoio e Analistas em CEUs devem ter suas vidas preservadas. A posição do Sindsep é de defesa da vida de todos.

Não há razões para manutenção de atividades presenciais nas unidades escolares na atual fase da pandemia. As questões relativas ao grave problema da segurança alimentar dos estudantes podem ser resolvidas pelo cartão alimentação distribuído em novembro, ou outras medidas equivalentes, privilegiando a Agricultura Familiar

Mantemos as exigências reivindicativas expressas em nossa pauta e em particular, que as condições de um possível retorno seja pela questão de um efetivo calendário de vacinação e pela redução da pandemia nos termos da Organização Mundial da Saúde - OMS.

A CIRCULAÇÃO DO VIRUS É GRAVE. NÃO VAMOS DEIXAR NENHUMA TRABALHADORA/OS EM PERIGO!

A GREVE CONTINUA!

Leia o Boletim de Greve nº 4 do Comando de Greve do Fórum de Entidades da Educação:

São Paulo, 12 de março de 2021

Manutenção do Movimento de Greve pela Vida, por trabalho remoto para os Gestores Educacionais, Quadro de Apoio e Analistas dos CEUs, durante e após o recesso.

Considerando a decisão da SME em decretar o período do recesso de 17/03/2021 à 01/04/2021;

Considerando que Gestores, Quadro de Apoio e Analistas dos CEUs não estão contemplados no recesso;

Considerando que os alunos da Rede Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo foram contemplados com o Cartão Merenda que auxilia na garantia do suporte alimentar, além de estarem prestes a receber os recursos tecnológicos comprados pela Prefeitura (tabletes e chips), garantindo o acesso ao Ensino Remoto;

As Entidades reunidas decidem:

1. Manutenção do Movimento de Greve pela Vida, por trabalho remoto para os Gestores Educacionais, Quadro de Apoio e Analistas dos CEUs, durante e após o recesso;

2. Ratificação da pauta apresentada à SME em 10 de fevereiro de 2021;

3. Solicitação em caráter de urgência de audiência do Secretário Municipal de Educação com o conjunto das Entidades Sindicais;

4. Nenhuma punição aos grevistas e pagamento dos dias parados.

APROFEM – Ismael Nery Palhares Junior

SEDIN – Claudete Alves

SINDSEP – Maciel Nascimento

SINESP – Luiz Carlos Ghilardi

SINPEEM – Claudio Fonseca