Escrito por: Sindsep/SP
Entidades se reúnem com SME quarta-feira, 03 de março. É paralisação geral da categoria!
Nesta segunda-feira, 1º de março, os trabalhadores da Educação de São Paulo se reuniram em Assembleia, realizada pelo Sindicato dos Servidores do Município (Sindsep/SP), para tratar das decisões da categoria quanto a estratégias para ampliar a mobilização da Greve em Defesa da Vida e dos Serviços Públicos na Educação. Os trabalhadores estão em greve desde 10 de fevereiro por conta da decisão autoritária da Secretaria Municipal da Educação (SME), sem debate com os trabalhadores e sem Parecer Técnico da Secretaria Municipal de Saúde, de retornar às aulas presenciais nas escolas municipais, mesmo em meio ao crescimento de casos e lotação de UTIs devido à pandemia de Covid-19.
Mais de 500 trabalhadores estiveram presentes na Assembleia, que teve na condução, Maciel Nascimento, Secretário de Políticas para os trabalhadores da Educação do Sindsep, Sergio Antiqueira, presidente do Sindsep, e João Gabriel Buonavita, vice-presidente. A assembleia debateu o fortalecimento da greve, sobretudo devido ao momento em que vivemos, uma vez que as internações por Coronavírus não param de crescer e os leitos de UTI estão se esgotando.
Para Maciel Nascimento, é vital a mobilização por conta dos problemas da pandemia, não é viável continuar sustentando as aulas presenciais. "Hoje, na Brasilândia amanhecemos com 96% dos leitos ocupados. Já na Vila Nova Cachoeirinha, Vila Alpina, São Mateus, Ipiranga, Guaianases e no Dante Pazzanese não tem mais nenhuma vaga para internar nossas crianças, alunos, familiares e profissionais. A decisão da Assembleia pelas estratégias para o crescimento da greve é acertada. É pela vida que clamamos o fechamento das escolas.” O diretor, ainda lembrou que nesta quarta-feira haverá reunião com a Secretaria de Educação. “Quem sabe durante negociação com as entidades teremos uma SME com a mão na consciência acima das questões políticas e dos acordos financeiros e acatem o pleito dos trabalhadores com a suspensão das atividades presenciais nas unidades escolares. Só suspendemos a greve com todos os profissionais e familiares em segurança."
A assembleia apontou para a necessidade de fortalecimento do movimento, ampliando a organização a partir dos comandos regionais, com articulação central. Sergio Antiqueira, destacou a conversa com os trabalhadores, ouvindo suas demandas e entendendo que "o principal objetivo da assembleia foi poder realizar a escuta dos trabalhadores, dificultada pela situação da pandemia, mas que, durante a assembleia, apontou para o fortalecimento da organização e do movimento dos trabalhadores da educação."
Para João Gabriel, a assembleia foi um bom indicativo da intenção dos trabalhadores em greve, pois estão em luta por direitos essenciais como a vida de toda a comunidade escolar e condições seguras de trabalho. Para ele, "a assembleia demonstrou a determinação com que os trabalhadores e trabalhadoras entraram nesta greve, para defender o direito mais essencial que o trabalhador pode ter: o direito à vida. Apesar de todos os dados e todos os especialistas apontarem para a necessidade imediata da suspensão das aulas, o governo vem sistematicamente ignorando o apelo destes especialistas, e postergando uma decisão que deve ser tomada imediatamente. A greve cumpre não só o papel de defesa da vida dos trabalhadores e da comunidade escolar, mas também, de toda nossa sociedade." João, ainda, ressaltou que mesmo com as dúvidas quanto as atos e atividades presenciais neste momento difícil, "diversos trabalhadores apontam para a necessidade de construção de estratégias criativas e simbólicas em ações presenciais, para que possamos dar visibilidade e ampliar o movimento."
O entendimento do Sindsep e todos os trabalhadores os presentes foi da necessidade de realização de uma nova assembleia, contando com todas as entidades do Fórum, que deve ser debatida organizada para tratar das questões após a reunião com a SME. Além disso, destaca-se entre os encaminhamentos da assembleia, debatidos com os trabalhadores, a ampliação da greve com os comandos regionais e uma centralização em um comando de Greve Geral; chamada para paralisação geral da categoria no dia 3 de março; na quinta-feira, 4 de março, participação na atividade organizada pela CUT na Praça do Patriarca; demanda por equipamentos para dar suporte as aulas on-line; construção de movimentos e atos conjunto com trabalhadores da educação estadual; sensibilizar aos trabalhadores que estão em trabalho remoto para aderirem à greve; e a suspensão imediata do trabalho presencial.
O Sindsep mantém seu compromisso de continuar em luta pelos trabalhadores da Educação, sua saúde, a saúde dos alunos e seus familiares.