Escrito por: Sindsep/SP
Paralisação em defesa da vida começa nesta quarta-feira (10) com Ato Carreata, às 11 horas, em frente à Secretaria Municipal de Educação
O Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep/SP) realizou, na tarde desta segunda-feira (8), uma assembleia extraordinária dos/das trabalhadores/as da educação para tratar do retorno presencial das aulas, prevista para a próxima segunda-feira (15), sem vacinação e para a organização de uma greve em defesa da vida das famílias, das crianças, dos bebês e dos profissionais da educação.
Os trabalhadores da educação querem retomar as atividades presencias, mas para isso o governo precisa dar condições e não é o que está ocorrendo, por esse motivo, a realização de uma greve.
O presidente do Sindsep, Sérgio Antiqueira em fala inicial fez uma análise da conjuntura atual e principalmente sobre o papel do sindicato que desde o começo da pandemia sempre esteve na rua. Ainda falou em sua análise sobre o problema de termos um governo negacionista, que tratou a pandemia como uma fatalidade, que iria morrer gente e eles não tinham o que fazer. Fazendo com que as pessoas continuassem indo trabalhar e pegando ônibus lotados.
João Doria e Bruno Covas tentaram combater esse negacionismo, mas enfrentaram a pressão dos Bolsonarismo que se virou contra eles e recuaram, afrouxando as medidas pois não conseguiram fazer o enfrentamento.
Na educação está surgindo na mídia vários especialistas defendendo a volta às aulas, mas eles não são especialistas em pandemia e a mídia está trabalhando nessa narrativa. “Na cidade de São Paulo não tem parecer da Covisa. A decisão não é científica e sim política de voltar as aulas e deixar contaminar. Já que tudo está aberto porque não abrir a educação. Nós vamos ter que pensar como a gente faz essa discussão entre nós e com os trabalhadores. Nós estamos tentando vencer obscurantismo”, declarou Sergio.
Maciel Nascimento, secretário dos Trabalhadores da Educação, apresentou um resumo para os participantes de toda a organização que já vem ocorrendo, até mesmo da luta e resistência de 2020 pelo não retorno das aulas presencias com reuniões, atos e denúncias feitas. Também abordou a dificuldade de diálogo com o ex-secretário da Educação, Bruno Caetano e que mesmo com a troca deste, permanece na nova gestão.
“A Covisa foi intencionalmente desmontada, pois é ela quem deveria dar o aval da retomada das aulas. O debate vai muito no sentido de que não há nenhuma possibilidade de volta. A gente sabe que a culpabilização vai ser do diretor se a escola não estiver adequada para a volta. O quadro de comorbidade está mais severo e cria uma correria para os hospitais e postos de saúde de trabalhadores para pedir um laudo é brincar com a vida dos trabalhadores”, afirma Maciel.
O secretário também apresentou o calendário de mobilização construído com outras entidades sindicais da educação e que a greve proposta já é pública. E ressaltou a dificuldade que os trabalhadores encontraram, caso ela seja realizada, pois a população em sua grande maioria é contrária.
Confira o calendário de mobilização:
10.02
Início da Greve com Ato Carreata, às 11 horas, em frente a Secretaria Municipal de Educação. Com registro de Boletim de Ocorrência de Preservação de Direitos
11.02
Profissionais da Educação em reunião online por local trabalho: Pauta Única: Greve
12.02
Plenária de cada entidade, com seus respectivos filiados
13 e 14.02
Mobilização virtual para a continuidade da greve
15 - Dia D Hora H
Os trabalhadores da educação também apresentaram os problemas que estão encontrando em suas unidades. Uma das questões mais abordada é a falta de trabalhadores da limpeza. Escolas com apenas um, não tem como seguir as normas sanitárias para o retorno.
Além do pessoal da limpeza falta trabalhadores do quadro de apoio, pois temos muitos que são grupo de risco e não poderão retornar para as suas atividades.
Há o medo dos trabalhadores em aderirem a greve e serem punidos. Muitos relataram a dificuldade que será dialogar com a população e trazer para o lado da greve. Pois governo fala na mídia que a situação está controlada quando na verdade sabemos que não está.
Muitas escolas não estão preparadas para o retorno, pois não tem ventilação adequada e neste momento o uso de ventilador é proibido. Uma trabalhadora relatou que em sua unidade o mato tomou conta do parquinho das crianças e em outros espaços e governo afirma que a unidade está pronta para o retorno.
O secretário de imprensa do Sindsep, João Batista Gomes, lembrou que lidamos com a falta de vacina e que os governos estão enrolando para comprar. E apresentou dados nada otimista que segundo algumas reportagens veiculadas na mídia a produção de vacina no mundo só chega a 1 bilhão ao ano e o mundo tem uma população de 7 bilhões e que neste ritmo só vai terminar a vacinação em 2024. No Brasil a situação piora e muito pois, temos um governo negacionista que vai dificultar ainda mais esse cenário.
“Nosso debate não será fácil. Eu acompanho o Serviço Funerário desde março do ano passado e não tem vacina para eles. Governo diz que já pediu na SMS. Mas o governo não tem previsão de quando vai começar a vacinar os trabalhadores de serviços essenciais. Se não convencermos a população governo pode jogar contra nós. Queremos que todos sejam vacinados e que se tenha condições de voltar. A gente vai ter que unir toda a categoria e ganhar a população para o nosso lado”.
Ao final como proposta encaminhada foi a construção da greve com demais entidades, a criação de comandos de greve para dialogar com os trabalhadores nas unidades e com a população. Ainda o envio de denúncias para o sindicato e o envio delas para a imprensa e Ministério Público. As quais foram aprovadas por todos os presentes.
O Sindsep irá preparar material e enviar para os trabalhadores orientando como as denúncias devem ser feitas e encaminhadas para a entidade. Vamos juntos mostrar que nossas escolas não estão preparadas e nem seguras para o retorno. Vamos lutar pela vida das nossas crianças, das famílias e dos profissionais da educação.
É greve, porque é grave!