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Tragédia climática e política no RS requer união de todo o país; saiba como ajudar

Publicado: 06 Maio, 2024 - 18h01 | Última modificação: 06 Maio, 2024 - 18h57

Escrito por: Nathan Gomes

Ricardo Stuckert / PR
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A Confederação dos Trabalhadores(as) no Serviço Público Municipal (Confetam/Conatram) se solidariza com todas as pessoas que perderam parentes e amigos nessa tragédia. Diante disso, a Confetam está mobilizada em somar esforços com outras entidades para arrecadar doações. 

A presidenta da Confetam, Jucélia Vargas, comentou sobre a crise. “Lamentamos as vidas perdidas nessa tragédia e toda destruição causada. Chamo atenção para nossa responsabilidade como pessoas solidárias, para aqueles que podem ajudar, que tem riquezas e que podem dividir, que tem barcos que possam fazer resgates, a todos e todas que possam realizar contribuições para o povo do RS”, apela a dirigente.

 

Saiba como ajudar

Caso possa comparecer e levar ajuda presencialmente:
- Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul - rua Carlos Gilsen, 1217, das 08:30 às 18h;
- Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre: Avenida do Forte nº 77 - Telefone: (51) 3371-9000.

Doações poderão ser feitas na conta bancária da CUT-RS:

- Cresol (133)

- Agência: 5607

- Conta Corrente: 18.735-6

- CNPJ: 60.563.731/0014-91

- PIX: 51996410961

 

Capitalismo, negacionismo e crise climática

O Rio Grande Sul enfrenta mais uma vez uma crise humanitária devido as enchentes provocadas pelas chuvas intensas. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas tenham sido impactadas diretamente em várias regiões, causando perdas inestimáveis em mais de 140 cidades. O incidente era previsível e poderia ter salvado vidas, mas não é uma prioridade política, evidenciado nas decisões governamentais diante das catástrofes recorrentes.

As causas do desastre não podem ser consideradas tão somente as crises climáticas. A tragédia é também política e é necessário responsabilizar o estado. Em 2019, o governador Eduardo Leite (PSDB) modificou uma série de regras do Código Ambiental do RS, permitindo que o estado acabasse com leis ambientais, o que contribuiu, inclusive, para intensificar a perseguição dos movimentos de luta por terra. A intenção do Governo do RS ao alterar 480 pontos da lei ambiental foi facilitar a ‘passada da boiada’, permitindo que empresários pudessem fazer o que bem entendesse sobre as terras. Esse tipo de ação evidencia as prioridades tomadas por Eduardo Leite desde que assumiu o governo do estado.

A falta de política de prevenção potencializou a crise ao longo dos anos. Apenas 50 mil reais é o valor no orçamento destinado pelo Governo do estado à Defesa Civil. Não há projeto para a classe trabalhadora. O que há no RS é um projeto da burguesia, visando a privatização dos serviços públicos, marca dos governos recentes. 

As mudanças climáticas devem ser encaradas como produtos do capitalismo. O aquecimento global que vem assolando todo o Brasil e o mundo inteiro é a consequência imediata do modo de produção capitalista em sua ganância por acumular riqueza ao passo que destrói o meio ambiente. Não é todo ser humano que detém poder de controlar meios de produção e decidir em quais áreas podem desmatar, poluir e produzir. 

Tragédias como essa no Rio Grande do Sul são evitáveis. Um planejamento que não seja pautado no lucro dos grandes empresários, um orçamento digno destinado à prevenção de catástrofes e, sobretudo, ter a ciência como norteadora das políticas públicas são essenciais para garantir a sobrevivência da humanidade em tempos de crise do clima.