Municípios do Mato Grosso do Sul pararam na Greve Nacional da Educação
Dezenas de cidades sul-mato-grossenses aderiram à paralisação.
Publicado: 16 Maio, 2019 - 17h45
Escrito por: Sérgio Souza Júnior*
"O ato foi fantástico! Espetacular! Superou as expectativas!", disse Sueli Veiga, dirigente nacional da CUT e vice-presidenta da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), sobre o protesto realizado próximo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na manhã desta quarta-feira (15).
A greve nacional do ensino básico e superior mobilizou todo o país, por conta dos cortes na educação, anunciados no último dia 30 de abril pelo atual ministro da pasta, Abraham Weintraub, e também contra a reforma da previdência de Bolsonaro.
“Os trabalhadores em educação, estudantes, movimentos, escolas e universidades fizeram greve geral hoje (ontem) no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, também. Foi greve geral. Foi um movimento muito grande em Campo Grande e pelo menos nas 14 maiores cidades do estado”, afirmou Sueli.
ANDREIA CERCARIOLIAndreia Cercarioli
Sueli Veiga, empunhando a bandeira da Fetems
A tag #TsunamiDaEducação ocupou o topo do Twitter Brasil desde o início da manhã de quarta (15) e a segunda posição no ranking mundial. A tag dialoga com o tamanho da mobilização que tomou conta das escolas, institutos federais, universidades, praças, ruas e avenidas das capitais de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, além de 160 cidades do interior do país. Um balanço parcial das entidades organizadoras aponta que a greve nacional mobilizou 5 milhões de pessoas ao final do dia, segundo pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
ANDREIA CERCARIOLIAndreia Cercarioli
Jaime Teixeira, Presidente da FETEMS
Em declaração para a imprensa, Jaime Teixeira, presidente da FETEMS, declarou: “esse ato é justamente para chamar atenção da sociedade. Quando as universidades e as escolas sofrem com os cortes, todo mundo, o país inteiro é prejudicado. Isso tira a chance de muita gente estudar, então não é um problema só da educação”.
Fomos às ruas para dar um basta e mostrar a esse governo idiota, incompetente, homofóbico, preconceituoso, manchista, infantil e inimigo da Educação e dos trabalhadores (as). A nossa força é e a nossa organização!
Para a presidente da Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), Marilza Guimarães, em declaração ao portal Midiamax, os cortes orçamentários na educação vão representar engessamento do ensino e da pesquisa, o que será refletido em diversos setores da sociedade, dentre eles, a saúde. Além disso, a reforma da previdência também afeta diretamente a remuneração e o tempo de serviço dos professores.
Período vespertino
Os protestos não pararam por aí, centenas de pessoas ocuparam a Praça Ary Coelho em Campo Grande, durante a tarde, e realizaram o “Feirão das Profissões”, levando ao público os projetos, pesquisas e produções científicas da comunidade de acadêmica para a população.
Estudantes da UFMS, IFMS e UEMS estiveram presentes, além de lideranças de movimentos sociais.
“Educação é resistência”. Esta foi uma das palavras de ordem que acompanharam mais de 2 mil manifestantes em Dourados, durante o protesto realizado na tarde desta quarta-feira (15). Um ato alegre tomou conta da Avenida Marcelino Pires, a principal da cidade.
Em todas as regiões do MS
Conforme Dilma Gomes, presidenta da Federação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Serviço Público Municipal do Mato Grosso do Sul (Fetam-MS) e diretora da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), a maioria dos sindicatos de servidores públicos municipais se dirigiram para as cidades de Campo Grande e Dourados. Em alguns municípios ocorreram protestos locais, como Sonora e Caracol. Também na cidade de Anastácio, os municipais se juntaram a estudantes, professores, técnicos administrativos e pais de alunos nos diversos protestos realizados na cidade.
“Todos estamos sendo afetados por este desgoverno do Bolsonaro, que não entende nada de educação, nada das famílias, não entende nada de nada”, disse a dirigente sindical. Dilma também pontuou que no dia 14 de junho todos os municípios ligados à Fetam-MS irão parar nesta greve geral.
Protestos, atividades e mobilizações em defesa da educação e contra a reforma da previdência também foram registrados em cidades como Amambai, Aquidauana, Corumbá, Coxim, Ladário, Ponta Porã, Naviraí, Nova Andradina, Rio Verde, Sidrolândia, Terenos e Três Lagoas. A educação mostrou ao Brasil o seu tamanho.
O #TsunamiDaEducação bombou na internet e muitos cartazes inteligentes fizeram sucesso nas redes sociais, confira alguns.
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*Com informações da CUT Nacional e do portal Midimax