Vereador quer retaliar direções sindicais de Curitiba
Em retaliação à mobilização promovida pelos sindicatos contra aprovação da lei que permite a contratação de servidores sem concurso, vereador Mauro Ignácio partiu para o ataque aos sindicalistas.
Publicado: 17 Abril, 2019 - 12h37
Escrito por: Manoel Ramires e Imprensa SISMUC/SISMMAC
O vereador Mauro Ignácio, da base do prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN), está com sangue nos olhos. Ele não gostou nada de os sindicatos questionarem a base governista que há dois anos vem votando tudo contra o funcionalismo público. A última votação abordou o PSS: Processo Simplicado de Seleção que permite a contratação de servidores dispensando o concurso público.
Agora, o vereador parte para o ataque, prometendo expor os salários das direções sindicais. Mauro Ignácio quer expor a população quanto custa para a cidade as cinco entidades que representam os servidores públicos.
De acordo com a Câmara Municipal, ele formalizou um pedido de informações oficiais. O parlamentar questionou a prestação de contas das entidades e a “função desses servidores no Município de Curitiba”.
“Passou no tumulto, meio despercebido, o custo dos sindicatos a nossa cidade. Os servidores do Município são representados hoje por cinco sindicatos. O custo mensal dos servidores disponibilizados a esses sindicatos chega a R$ 153 mil mensais”, declarou. Segundo Ignácio, o impacto anual, com o décimo terceiro, seria de quase R$ 2 milhões.
Quanto um vereador custa aos trabalhadores?
Quanto um vereador custa aos trabalhadores?
Para os Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e dos Servidores do Magistério Municipal (Sismmac), a postura do vereador Mauro Ignácio é uma retaliação da bancada do prefeito na Câmara Municipal à mobilização promovida pelas entidades nos dois turnos da votação do projeto de lei que estabeleceu o Processo Simplicado de Seleção (PSS).
Alguns parlamentares chegaram até a postar nas redes sociais a soma dos salários dos servidores municipais eleitos para as direções do Sismuc e do Sismmac como forma de colocar tanto a população quanto a própria categoria contra os sindicatos.
Mas, é importante ressaltar que os servidores que hoje estão na direção dessas entidades passaram por concursos públicos e conhecem muito bem a realidade dos serviços públicos da cidade, diferentemente dos vereadores. Estes pedem votos para a população na época de campanha para logo em seguida, já eleitos, virarem as costas para quem mais precisa.
Agora, o que os vereadores não falam é o quanto custa aos trabalhadores manter um gabinete da Câmara Municipal. São aproximadamente R$ 75 mil para cada gabinete todos os meses! Os parlamentares e seus gabinetes recebem verbas de impostos como IPTU, IPVA, ICMS pagos pelo conjunto da classe trabalhadora todos os dias. Além do salário do parlamentar, existem os comissionados e toda uma série de recursos públicos gastos para que eles votem os interesses do prefeito na Câmara!
Quem desperdiça o dinheiro dos trabalhadores?
Edição Déborah Lima